Jolie retorna ao Equador para destacar os desafios que enfrentam os refugiados

Embaixadora da Boa Vontade do ACNUR Angelina Jolie visitou uma creche executada pela Federação das Mulheres de Sucumbíos, uma província no norte do Equador.

Lago Agrio, Equador, 18 jun (ACNUR) - Embaixador da Boa Vontade do ACNUR Angelina Jolie voltou ao norte do Equador para ver como a situação mudou desde que ela tinha passado pelo país há oito anos e aumentar a consciencização sobre os menores e a violência contra as mulheres refugiadas .

A premiada actriz, que chegou à cidade de Lago Agrio na quinta-feira, visitou as operações de campo do ACNUR e da comunidade isolada de Barranca Bermeja, localizado na mata fechada às margens do rio San Miguel, que marca a fronteira com a Colômbia. A pequena aldeia hospeda 34 famílias, a maioria refugiados da violência que tem assolado as partes da Colômbia à décadas.

Em Lago Agrio, capital da província de Sucumbíos, ela teve uma reunião com uma mãe colombiana que Jolie conheceu em 2002. "Naquele tempo tinha muita esperança para o seu futuro", disse o Embaixador de Boa Vontade recordou, acrescentando: "Ela fez recentemente tratamentos de cancro. Ela ainda mantém a esperança."

A actriz também se reuniu com mulheres refugiadas num abrigo para vítimas de violência doméstica, que é um problema grave na região.

Algumas das mulheres no centro, gerido pela Federação das Mulheres de Sucumbíos, contou contos pungentes de espancamento, incesto e outras formas de violência sexual e baseadas no género. Algumas mulheres ainda têm de recorrer ao "sexo para sobrevivência" para obter hospedagem para alimentar os filhos. Outros são vítimas de exploração sexual.

Na Barranca Bermeja, Jolie passou um tempo com a comunidade e ficou impressionado com a sua força mental para lidar com o sofrimento que sofrera na Colômbia. Uma mulher fugiu depois que dois familiares seus foram mortos - ela não queria perder mais nenhum dos seus filhos.

Há cerca de 51 mil refugiados registrados colombianos no Equador, mas as estimativas do ACNUR são que cerca de 135 mil pessoas necessitam de protecção internacional. Isso faz do Equador o país com a maior população de refugiados da América Latina. Muitos dos colombianos vivem em povoados remotos do norte, como Barranca Bermeja, muitas vezes com medo de procurar a ajuda do ACNUR e seus parceiros.

"Foram oito anos desde que eu tinha passado aqui e a presença do ACNUR aumentou consideravelmente", observou Jolie depois da sua chegada ao Equador. "Eles estão a ir a partes mais densas da floresta para alcançar os refugiados, que vivem em locais muito remotos e em condições desesperadoras", acrescentou.

"Eu queria voltar a reunir-me com as pessoas mais vulneráveis e concentrar-se sobre a violência contra as mulheres e os menores não acompanhados", explicou Jolie. "Estou muito feliz por poder reencontrar algumas caras familiares, os refugiados que eu tinha conhecido durante a minha viagem em 2002." As únicas mulheres, meninas e afro-colombianos estão entre os mais vulneráveis da população de refugiados.

Jolie participará na sexta-feira (14:00 GMT) num link de vídeo ao vivo no norte do Equador, com Washington, DC, a Damasco na Síria e no Congo Dungu nordeste. O evento, que inclui refugiados, bem como o presidente do Alto Comissário para os Refugiados, o português António Guterres e secretário E.U. de Estado Hillary Clinton, é um dos principais eventos do ACNUR World Refugee Day deste ano.

Créditos: Angel Jolie